segunda-feira, 16 de maio de 2011

Actividade "Sequência Lógico-temporal"

O técnico/professor/pai fornece à crinça cartões, como os abaixo apresentados, que representam sequências lógico-temporais e pede-lhe que os coloque na ordem correcta, justificando a sua escolha. Este tipo de exercícios desenvolve o raciocínio lógico e a estruturação espácio-temporal (factor em que os disléxicos apresentam bastentes dificuldades).




Actividades para desenvolver a Praxia Fina

Existem muitas actividades para desenvolver a praxia fina, que podem ser feitos em casa, na escola ou num passeio ao ar livre. Aqui ficam algumas sugestões:

·        Rasgar papel livremente: em pedaços grandes, em tiras, em pedaços pequenos. Inicialmente a criança deve utilizar papel menos espesso, aumentando gradualmente o nível de resistência;
·         Recortar com tesoura: treinar a forma de segurar a tesoura, cortar o ar, sem papel. Recortar vários tipos de papel com a tesoura: tiras de papel largas e compridas, formas geométricas e figuras simples desenhadas em papel dobrado;
·         Colar recortes em folha de papel livremente, recortes em folha de papel apenas numa área determinada, recortes sobre uma linha vertical, recortes sobre uma linha horizontal, recortes sobre uma linha diagonal;
·         Moldar com plasticina e barro formas circulares, esféricas, achatadas nos topos, ovais, cónicas, cilíndricas, quadrangulares, etc;
·         Perfurar numa placa de esferovite (e/ou folha de cartolina) com agulha de croché ou caneta de ponta fina sem carga. Recortar pelo contorno figuras desenhadas em cartolina.


Treino da Percepção Visual - Constância da forma

Marca, na figura, as formas iguais à do quadrado. Boa sorte!









Treino da Percepção Visual - Velociadade Vísual Motora

Coloca, nas figuras, os traços que faltam para ficarem iguais à do rectângulo a seguir apresentado.


















Treino da Percepção Visual - Fechamento Vísual

Marca a figura com o formato exactamente igual à do rectângulo pequeno.  

















Treino da Percepção Visual - Relações Espaciais

Marca, nos rectângulos, traços na mesma posição dos representados à esquerda.


Treino da Percepção Visual - Figura-fundo

Indica, na figura, quantos patos estão representados.


Treino da Percepção Visual - Cópia

Copia as figuras nos rectângulos que estão por baixo de cada uma.


Treino da Percepção Visual - Posição no Espaço

Indica qual a figura que está na mesma posição da dos rectângulos da esquerda.



Treino da Percepção Visual - Coordenação óculo-manual

Coloca, no caminho, um traço a ligar o boneco ao objecto correspondente. Boa sorte!




domingo, 15 de maio de 2011

Dislexia e Percepção Visual


A Percepção Visual é entendida como a capacidade de reconhecer e discriminar os estímulos visuais e de os interpretar, deste modo, e sendo esta uma faculdade de extrema importância no processo de aprendizagem, é fundamental que a criança com Dislexia tenha estes problemas resolvidos ou pelo menos minimizados o mais precocemente possível (a percepção visual desenvolve-se dos 3 anos e meio aos 8 anos). Convém mais uma vez referir que a Dislexia não é causada por perturbações visuais, embora possa estar associado a estas. O treino da Percepção Visual inclui o desenvolvimento da coordenação óculo-manual, posição no espaço, cópia, figura-fundo, relações espaciais, fechamento visual, velocidade visual-motora e constância da forma.

Actividade "Letra Q"



Actividade "Letra P"



Actividade "Letra D"



Actividade "Letra B"



Actividade "Aprende com o Q"



Actividade "Aprende com o P"



Actividade "Aprende com o D"

Actividade "Aprende com o B"

Sopa de Letras

Actividade "Completa a Palavra 2"

Nome:_______________________________________________
Completa a palavra, correspondente à imagem, com a letra que falta. Bom trabalho!


Actividade "Completa a Palavra"

Nome:_________________________________________
Completa a palavra, correspondente à imagem, com a letra que falta. Bom trabalho!





Sugestões de Leitura

Recomendo alguns livros que irão ajuda-los na tentativa de saber mais acerca da dislexia e na procura de soluções para a combater. Espero que sejam úteis.
  • "O meu filho não aprende. Porquê?" de Orlando Alves da Silva. Transo Edições, 2006.
  • "O Dom da Dislexia" de Eldon Braun e Ronald Davis. Lua de Papel Edições, 2010.
  • "Compreender a Dislexia: um guia para pais e professores" de Kathleen Hennigh. Porto Editora, 2008.
  • "Tenho Dislexia!" de Marta Fàbrega e Jennifer Moore-Mallinos. Edições Nova Gaia, 2008 (este é mais para as crianças, mas também pode ser lido pelos pais).
  • "Vencer a Dislexia" de Sally Shaywtiz. Porto Editora, 2008.
  • "Temas em Dislexia" de Thaís Barbosa. Artes Médicas Editora, 2009.
  • "Lado a Lado - Experiências com a Dislexia" de Filomena Grilo Teixeira da Silva. Texto Editores, 2004.
  • "Como Apoiar um Filho Disléxico" de Robert Frank. Editorial Estampa, 2004.

sábado, 14 de maio de 2011

Separa as sílabas

Forma a palavra

Exercício "Percorrer as letras"

Com a ajuda do técnico/professor a crinça desenha uma letra no chão com uma corda. Segudamente a criança terá de caminhar sobre ela, primeiro com os olhos abertos e depois com os olhos fechados. por último a criança deverá repetir a actividade, mas sem a orientação da corda no chão. Este exercício desenvolve o equilíbrio, a estruturação espácio-temporal, a coordenação motora, a praxia global e a integração das letras.


Actividade "Desenhar letras"

O técnico/professor mostra a criança cartões com letras, um de cada vez. De seguida, solicita-se à criança que desenhe no ar a letra, primeiro com os olhos fechados e depois com os olhos abertos, depois que desenhe a letra numa caixa com areia. Por fim, as crianças devem formar pares, uma delas deita-se no colchão e a outra irá desenhar letras sobre o seu corpo, tendo a criança, que esta deitada, que advinhar qual a letra que foi desenhada.
Este exercício desenvolve a estruturação espacial, a sensibilidade corporal e a noção das letras.

Exercício: Modelação tónica

Os alunos devem distribuir-se livremente pelo espaço, depois ao sinal do técnico/professor e seguindo as suas indicações devem andar: depressa, devagar, pesados, leves, de cócoras (joelhos dobrados), à gigante, em pontas dos pés, como um pato, como um robôt. Este exercício requer a atenção dos alunos para modelarem a marcha de acordo com aquilo que é pedido. O objectivo é controlar a marcha e os membros inferiores, sentir os diferentes níveis de tonicidade exigidos em cada forma de marcha e imprimi-los ao corpo, ou aos segmentos corporais (braços e pernas). Neste exercício desenvolve-se o equilíbrio e a capacidade de controlo postural, em situações de movimento corporal, e a atenção.

Jogo "o Rei manda"

As crianças deverão formar um círculo do qual o técnico/professor fará parte. Posteriormente uma das crianças será nomeada rei e terá de dar ordens de movimentação aos restantes. As ordens deverão ser do tipo "o rei manda que todos se sentem"; "o rei manda que ponham os braços no ar"; "o rei manda que todos ponham a mão direita na cabeça"; "o rei manda que todos mexam a cabeça"; etc. O técnico irá nomear outras crianças para darem as instruções. Este jogo desenvolve a noção do corpo, a estruturação espácio-temporal e promove a imaginação da criança que terá de propôr tarefas aos seus companheiros.


Actividade "Vem que eu vou-te ensinar"

O objectivo desta actividade é desenvolver a noção do corpo, a estruturação espácio-temporal e a noção de esquerda-direita. Os alunos devem colocar-se de frente para o técnico/professor e repetir a coreografia da música. Esta actividade deve ser desenvolvida no exterior e em grupo  para ser mais cativante para a criança. A música desempenha um papel importante na aprendizagem, esta estimula a atenção da criança e a sua memória, sendo portanto vantajoso aliá-la às sessões de psicomotricidade de forma a dinamizá-las e para que as crianças possam vivenciar diferentes emoções, e tenham mais possibilidades de se expressarem pelo movimento.

A Relaxação

As crianças com dislexia apresentam geralmente uma grande agitação nervosa e tensão muscular. Para diminuir este estado de tensão é aconselhável proporcionar às crianças sessões de relaxamento.
A Relaxação tem diversos benefícios, a nível físico e mental, ela promove a consciencialização corporal, diminui a tensão muscular, permite controlar a força muscular, alivia os estados de stress e ansiedade, permite a diminuição dos estados de fadiga, promove um melhor conhecimento do corpo, ajuda na aquisição de uma postura correcta e melhora a capacidade atenção e concentração. A relaxação é um meio óptimo para adquirir o equilíbrio e pode ser aplicada na escola ou em casa.

Exemplo de uma actividade de relaxamento: A criança coloca-se em decúbito dorsal em cima de um colchão e fecha os olhos. O técnico/pai coloca uma música calma e vai dando indicações à criança:
a) Imaginar ser um boneco de neve que aos poucos vai se derretendo ao sol;
b) Fingir ser um soldadinho de chumbo que se transforma num boneco desengonçado;
c) Imaginar ser um balão que se vai esvaziando gradualmente;
d) Imaginar ser uma marionete que se vai desmanchando à medida que os cordões que a seguram vão sendo cortados;
e) Imaginar ser uma flor a secar no sol quente;
f) Esticar o corpo para pegar numa fruta pendurada na árvore;
g) Esticar e relaxar os dedos da mão, do pé, os braços e as pernas.
Seguidamente o técnico ou outra criança (caso o exercício seja aplicado numa sessão em grupo), sentam-se ao lado da criança que permanece deitada de olhos fechados e vão-lhe passando objectos com diferentes texturas pelo corpo. A criança que está a receber o estímulo vai indicando os sítios onde está a ser estimulado (cara, braço direito, perna esquerda, entre outros).

Importância do Professor

A escola não é só um lugar de aprendizagem académica, mas também de aprendizagem da vida e para a vida. Desta forma deve ser um espaço para todos, onde a convivência e a aceitação da diferença permitam a construção de uma sociedade mais justa e solidária. A criança com dislexia, tal como as outras crianças, também tem muita vontade de aprender. Ela poderá realizar esse desejo, apesar das suas dificuldades, se for devidamente compreendida e apoiada na sua vida familiar e escolar.
O Professor tem um papel fundamental na superação das dificuldades do aluno disléxico, este nunca deve desistir do aluno, ajudando-o a superar as suas dificuldades e acreditando sempre nele e nas suas capacidades. Muitas vezes o professor não consegue orientar adequadamente o aluno e a sua família porque desconhece que a dislexia é uma dificuldade específica da linguagem escrita de origem constitucional, isto é, nasce-se disléxico.
Uma vez que os sintomas da dislexia são muito semelhantes aos sintomas de outras dificuldades de aprendizagem, é importante realizar-se o diagnóstico diferencial para poder encaminhar o trabalho numa direcção adequada.
O professor tem um papel importante e essencial neste momento, pois compete-lhe, percebendo as dificuldades desta criança, ajudar e incentivar este aluno, de modo que ele desperte como um leitor e não adormeça como alguém que fracassou, refugiando-se num falso sono, confundido com desinteresse, descaso, incompetência, irresponsabilidade, falta de atenção, falta de cuidados da família, e por aí seguem os “rótulos” que as pessoas vão agregando ao nome próprio desta criança.
São estes os rótulos negativos que vão apagando na criança disléxica o seu desejo inicial de aprender a ler, ficando cada vez mais desmotivada. Geralmente os profissionais de educação e saúde consideram que identificar alguém como disléxico, é fechá-lo num “rótulo”, o que é um erro. É importante estabelecer a diferença entre um diagnóstico e uma impressão superficial.
O objectivo dos diagnósticos não é segregar, mas sim classificar uma dificuldade para a conhecer melhor e então oferecer os tratamentos adequados.
Cada disléxico tem características únicas, mas actualmente já podemos afirmar que a melhor maneira de um disléxico aprender a ler é através da activação de todos os sentidos.
Este modelo de aprendizagem, natural e espontâneo, é designado de método multissensorial. Sabemos que estes modelos não são novidades para os professores, mas normalmente são apenas utilizados na educação infantil. Como a aprendizagem é uma construção contínua e permanente, todos os alunos beneficiariam muito se estes recursos fossem utilizados ao longo de todo o percurso escolar.
Professor e aluno necessitam um do outro, trabalhando juntos, formam um par indissociável. Esta é a chave que abre as portas para a relação harmoniosa e produtiva entre ensino e aprendizagem.
O apoio multissensorial é importante para todos, mas para as pessoas com dislexia é essencial, porque os disléxicos apresentam dificuldades de memória auditiva e visual, consciência fonológica e apropriação do sistema alfabético.
Actualmente a filosofia de educação indica o trabalho preventivo como a estratégia mais eficiente para todos os problemas, principalmente nas áreas de aprendizagem. Os estudos das neurociências demonstram que a plasticidade cerebral, isto é, a capacidade que o cérebro tem para reorganizar as suas funções, é tanto maior quanto maior for a estimulação proporcionada à criança.
O professor, que é quem passa a maior parte do tempo com as crianças, consciente destas novas evidências, terá a sua função educacional ampliada ao incluir no espaço pedagógico os aspectos neuropsicológicos associados às suas práticas de ensino.
Apesar de estes conhecimentos ainda não fazerem parte da formação curricular do professor, é do interesse da sociedade que o sistema educacional valorize novos recursos na educação, principalmente para os processos de alfabetização.

Alguns mitos associados à Dislexia

Até há pouco tempo a dislexia era considerada uma incapacidade sem uma base neurobiológica identificada, sendo apenas visíveis as suas manifestações. O desconhecimento científico acerca da dislexia levou ao aparecimento de alguns mitos. 
1º Mito: Não existe dislexia.

Realidade: A dislexia existe, é uma dificuldade de aprendizagem específica, de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldades na aprendizagem da escrita e da leitura.
2º Mito: Não existem meios de diagnóstico da dislexia.
Realidade: Actualmente existem conhecimentos que permitem avaliar e diagnosticar as crianças com dislexia. Existem provas específicas para avaliar as diferentes competências relacionadas com a leitura.
3º Mito: A dislexia só pode ser diagnosticada e tratada depois do insucesso na leitura.
Realidade: O conhecimento do défice fonológico subjacente à aprendizagem da leitura permite a identificação dos sinais de alerta e consequente intervenção precoce. Quanto mais cedo for diagnosticada mais eficaz será o processo de intervenção.
4º Mito: A dislexia passa com o tempo.
Realidade: Como é de origem constitucional, a dislexia acompanha o indivíduo ao longo de toda a sua vida.
            5º Mito: Repetir o ano ajuda a ultrapassar a dificuldade.
Realidade: As dificuldades da criança não desaparecem pelo facto de ela repetir anos de escolaridade, pelo contrário, pode criar dificuldades acrescidas, como sentimentos de frustração, ansiedade e perda de auto-estima. O importante é que a criança seja avaliada e beneficie de uma intervenção especializada.
            6º Mito: Deve evitar-se identificar as crianças como disléxicas.
Realidade: Ignorar uma perturbação não ajuda a ultrapassa-la, pelo contrário, contribui para o seu agravamento. No entanto e talvez por falta de conhecimentos científicos sobre a dislexia, existem ainda muitos profissionais com alguma relutância em avaliar e diagnosticar as dificuldades de aprendizagem.

            7º Mito: A dislexia é um problema visual.
Realidade: As Associações Americanas de Pediatria e de Oftalmologia reafirmam que a dislexia não é causada por um problema de visão, embora possa estar associada a perturbações visuais.
            8º Mito: A dislexia está relacionada com a inteligência.
Realidade: Os disléxicos não são menos inteligentes que as outras crianças, bem pelo contrário a sua capacidade intelectual é normal ou acima da média. 
            9º Mito: A dislexia existe apenas em algumas línguas.
Realidade: A dislexia tem uma base neurocognitiva universal. Uma vez que, o défice primário da dislexia corresponde a uma dificuldade nas representações fonológicas manifesta-se em todas as línguas. As diferenças de competência leitora entre os disléxicos, devem-se sobretudo às diferentes ortografias.

Áreas fortes dos Disléxicos

Apesar das várias dificuldades apresentadas pelos disléxicos eles são muito inteligentes e apresentam diversas habilidades, entre as quais:
·         Ideias criativas com muita originalidade;
·        Sucesso profissional em áreas altamente especializadas como a medicina, direito, ciências políticas, finanças e arquitectura;
·         Boas capacidades de empatia, resiliência e de adaptação;
·         Boa capacidade de raciocínio lógico, conceptualização, abstracção e imaginação;
·         Maior facilidade de aprendizagem dos conteúdos compreendidos do que memorizados sem integração numa estrutura lógica;
·        Melhor compreensão do vocabulário apresentado oralmente do que do vocabulário escrito;
·         Boa compreensão dos conteúdos quando lhe são lidos;
·        Capacidade para ler e compreender melhor as palavras das suas áreas de interesse, que já leu, praticou, muitas vezes;
·        Melhores resultados nas áreas que têm menor dependência da leitura, tais como a matemática, a informática e as artes visuais;
·         Excelente compreensão para histórias contadas;
·         Excelente raciocínio lógico.

Todas estas áreas fortes devem ser valorizadas e estimuladas, com o objectivo de promover a auto-estima da criança disléxica e também porque através delas a criança pode descobrir o seu potencial e traçar o seu futuro profissional.

Avaliação em Psicomotricidade

A avaliação em psicomotricidade pode ser utilizada no processo de diagnóstico da dislexia, uma vez que fornece indicações úteis relativamente ao desenvolvimento motor da criança.
Para Fonseca (2008) a avaliação psicomotora envolve um processo de recolha de dados, utilizada para esclarecer e identificar a existência de dificuldades nas áreas cognitivas e motoras, frequentemente por repercussões a nível do desempenho académico, na personalidade, no relacionamento social e até mesmo na linguagem.
Um dos instrumentos mais utilizados na avaliação psicomotora é a Bateria de Observação Psicomotora de Vítor da Fonseca (1985).
A Bateria Psicomotora é aplicada em crianças e jovens dos 4 aos 12 anos de idade, a sua administração é relativamente simples e os materiais que requer são extremamente económicos e destituídos de qualquer sofisticação. A aplicação demora cerca de 30 a 40 minutos, devendo ser equacionado tempo adicional para o contacto com os pais ou com os professores e para a anamnese.
A Bateria Psicomotora consiste numa série de tarefas simples que permitem avaliar os sete factores psicomotores: tonicidade, equilibração, lateralização, noção do corpo, estruturação espácio-temporal, praxia global e praxia fina.
 A Bateria Psicomotora procura analisar qualitativamente os sinais psicomotores, comparando-os com as funções dos sistemas básicos do cérebro e das três unidades funcionais para depois explicar o potencial de aprendizagem da criança observada, sendo a sua finalidade essencial detectar e identificar crianças com dificuldades de aprendizagem, sempre com objectivo de maximizar o potencial de aprendizagem da criança.

Diagnóstico da Dislexia


Quando os pais ou professores verificam a existência de alguns dos sinais de alerta já expostos anteriormente devem procurar ajuda profissional para que a criança seja avaliada. Para um correcto diagnóstico de uma perturbação da leitura é indispensável recorrer à avaliação com profissionais experientes neste domínio, tais como como fonoaudiólogos, pediatras, psicomotricistas, terapeutas da fala, neurologistas, psicólogos e psicopedagogos.
Deve-se verificar se na história familiar existem casos de dislexia ou de dificuldades de aprendizagem e se na história desenvolvimental da criança ocorreu alguma problemática não normativa que esteja a justificar tais dificuldades.
A dislexia resulta de alterações neurológicas na forma como o cérebro processa a informação linguística e que se manifesta por alterações no domínio do processamento fonológico e noutras alterações psicolinguísticas que conduz a um conjunto de alterações na leitura e escrita.
O diagnóstico da dislexia é feito com base na história familiar e clínica, em testes psicométricos, em testes de consciência fonológica, de linguagem, de leitura e da ortografia.
A realização de exames médicos, como a Ressonância Magnética Nuclear funcional, pode também indiciar a existência de disfunções cerebrais ao nível do processamento da informação. Actualmente estes exames ainda não são utilizados como meio de diagnóstico.
Se existe suspeita da existência de défices fonológicos e ou de dificuldades de leitura e escrita, deve ser realizada uma avaliação. É importante avaliar para diagnosticar, para delinear as dificuldades específicas, as áreas fortes e para intervir.
Não existe um teste único que possa ser usado para avaliar a dislexia, devendo ser realizados testes que avaliem as competências fonológicas, a percepção, a linguagem compreensiva e expressiva (a nível oral e escrito), o funcionamento intelectual, o processamento cognitivo, a motricidade, o desenvolvimento emocional e as aquisições escolares. Os modelos de avaliação que se revelam mais eficientes são os que conduzem directamente à implementação de estratégias de intervenção que tenham em conta os dados obtidos na avaliação.
Segundo vário autores, não se pode falar de dislexia (não se pode fazer um diagnóstico definitivo) antes dos 7 anos, ou para ser mais rigoroso, antes de pelo menos um a dois anos de aprendizagem escolar, pois anteriormente a esta idade erros similares são banais pela sua frequência. O diagnóstico pode ainda ser efectuado de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV).

Critérios de Diagnóstico de Perturbação da Leitura segundo o DSM-IV
 
A. O rendimento na leitura, medido através de provas normalizadas de exactidão ou compreensão da leitura, aplicadas individualmente, situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.
 
B. A perturbação do critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou actividade da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura.
 
C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades de leitura são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Dicas para utilizar em casa

Em casa os pais também podem ajudar o seu filho a lidar melhor com a dislexia e a superar os obstáculos do dia-a-dia. Para isso podem recorrer a algumas estratégias tais como:
·         Ajudar a criança a fazer os trabalhos de casa, lendo ou explicando os enunciados se esta apresentar dúvidas;
·         Dividir a lição em partes, para a criança se cansar menos e ter um rendimento melhor;
·         Afixar o horário escolar em diferentes divisões da casa, tais como a cozinha, o quarto, a sala ou local onde a criança estuda habitualmente;
·         Dividir a leitura de livros com a criança, por exemplo a criança lê um parágrafo e o pai ou a mãe lê outro;
·         Procurar livros, sites ou outros recursos que demonstrem através de figuras, esquemas ou desenhos a matéria de forma a facilitar a compreensão;
·         Mostrar a criança filmes que retratem questões históricas ou literárias abordadas nas aulas;
·         À noite, ajudar a criança a preparar a mala com tudo o que precisa para o dia seguinte;
·         Proporcionar à criança um local tranquilo e sem distracções para que possa estudar ou fazer os trabalhos de forma serena;
·         Anotar em conjunto com a criança as datas e os horários de estudo, de encontros, de actividades extracurriculares, de testes, etc.;
·         Permitir que a criança faça intervalos frequentes durante o estudo, uma vez que se cansa facilmente;
·         Valorizar os sucessos da criança e não destacar apenas os erros, nas actividades escolares, mas também no dia-a-dia da criança;
·         Observar a criança e perceber os seus ritmos naturais de estudo, todos os disléxicos são diferentes, tal como as outras crianças;
·         Falar com a criança frente-a-frente de forma calma, estabelecendo contacto visual para ter a certeza que ela está a ouvir o recado que lhe está a dar;
·         Se pretender que a criança realize alguma tarefa dê-lhe instruções simples e precisas;
·        Manter um contacto permanente com a escola e com os professores para poder acompanhar o seu filho da melhor forma possível;
·        Não corrigir sistematicamente os erros da escrita e a troca de palavras;
·        Demonstrar à criança compreensão, carinho e aceitação, incentivando a superação das dificuldades.

Estratégias na Sala de Aula

Na sala de aula os professores podem utilizar algumas estratégias que permitem que a criança disléxica ultrapasse as suas dificuldades e obtenha melhores resultados. Deixo então algumas dicas:
  • Colocar o aluno num lugar da frente;
  • Estimular a participação oral e permitir a avaliação dessa forma;
  • Evitar a leitura em voz alta perante os colegas;
  • Dar feedback ao aluno sobre as avaliações e sobre a sua prestação escolar, fazendo criticas construtivas e incentivando-o sempre;
  • Utilizar perguntas curtas e directas nas fichas de trabalho e nos testes (preferencialmente perguntas de ligação, escolha múltipla em detrimento de perguntas de desenvolvimento);
  • As avaliações devem conter poucas questões, com enunciados precisos e simples;
  • Ler as perguntas dos testes, preferencialmente uma de cada vez e não a leitura do teste completo;
  • Os textos, fichas de trabalho e testes devem ter um espaçamento de 1,5, letra mínimo tamanho 12, do tipo mais simples possível, como Arial ou Comic Sans;
  • As perguntas devem ser feitas com referência a parágrafos ou linhas a reler;
  • Utilizar agendas para programar todas as tarefas do aluno durante a semana ou durante uma aula;
  • Não penalizar os erros ortográficos na produção escrita do aluno com dificuldades;
  • Se possível permitir a avaliação oral em vez da escrita;
  • Explicar, sempre que possível, o vocabulário mais difícil;
  • Evitar comentários negativos perante o insucesso do aluno, principalmente em público;
  • Inicialmente atribuir tarefas simples que o aluno consiga realizar, aumentando gradualmente o grau de dificuldade;
  • Evitar os blocos densos de texto;
  • Sempre que possível certificar que o aluno passou a informação do quadro e a indicação do trabalho a realizar em casa;
  • Permitir a gravação das aulas para posterior audição das mesmas pelo aluno em casa com a supervisão do encarregado de educação ou, em alternativa, fornecer apontamentos escritos sobre a matéria dada;
  • Dar instruções simples e claras;
  • Utilizar acetatos de cor em cima dos textos para aumentar o contraste e facilitar a leitura;
  • Utilizar formas alternativas de apresentar os conteúdos, tais como diagramas, gráficos, vídeos, slides ou esquemas e dar exemplos práticos;
  • Evitar o uso de tintas vermelhas e verdes, uma vez que são particularmente difíceis de ler;
  • Permitir a entrega de trabalhos impressos.

Psicomotricidade e as Dificuldades de Aprendizagem

A aprendizagem é um processo complexo que resulta de uma mudança relativamente estável e duradoura do comportamento e do conhecimento, determinando o nosso pensamento, linguagem, motivações, atitudes, personalidade, etc.
A aprendizagem só se verifica quando, face a uma nova situação, a criança se transforma, tendo para isso de evocar funções de inteligência já estabilizadas e adaptadas.
No caso das aprendizagens escolares ditas verbais, ler, escrever, contar e também pensar, a transformação deverá assentar em aprendizagens já conseguidas e consolidadas anteriormente, ditas não verbais, tais como posturas, desenhos, jogos, músicas, rimas, lengalengas, a partir das quais a introdução de novos elementos e variáveis permitirá então, novas adaptações integradas, e consequentemente novas aprendizagens.
O desenvolvimento evolui do geral para o específico, desta forma, quando uma criança apresenta dificuldades de aprendizagem, o fundo do problema, em grande parte, está no nível das bases do desenvolvimento psicomotor.
Durante o processo de aprendizagem, os elementos básicos da psicomotricidade são utilizados com frequência. O desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal e Pré-Escrita são fundamentais na aprendizagem, um problema em um destes elementos irá prejudicar uma boa aprendizagem.
A expressão motora quando é adequadamente mediatizada leva à promoção da consciência corporal, e esta tende ao desenvolvimento do controlo corporal, o que sugere o surgimento de funções psíquicas importantes para um desenvolvimento harmonioso da criança ou do jovem, desde a concentração, à auto-monitorização e até à auto-regulação, o que conduz a uma maior auto-realização e auto-satisfação.
Se for possível transferir todas estas vantagens advindas da experiência motora e lúdica para a sala de aula certamente que os problemas de aprendizagem tendem a ser minimizados, os efeitos da educação pelo movimento ou da psicomotricidade, segundo esta óptica, podem ser um instrumento potente para promover funções de atenção, de processamento e de planificação nas crianças e jovens, para além de contribuírem seguramente para um ambiente mais sereno no seu seio, o que obviamente propicia uma melhor aprendizagem individual e grupal.
Dada a extraordinária plasticidade da organização psicomotora todas as dificuldades de aprendizagem são susceptíveis de modificabilidade, desde que se identifiquem as suas características e se intervenha em tempo útil de forma individualizada e diferenciada.
A Intervenção Psicomotora age sobre a personalidade total dos indivíduos, em todo o espectro da sua diversidade biopsicossocial, oferecendo um conjunto de actividades educativas, reeducativas e terapêuticas de extrema relevância para a sua saúde mental, visto que favorece o seu desenvolvimento global e influencia positivamente o seu bem-estar e a sua qualidade de vida.
A educação Psicomotora visa aperfeiçoar as capacidades motoras e cognitivas dos indivíduos, através da consciencialização da noção do corpo, do domínio do equilíbrio, construção e controlo das coordenações global e parcial, organização da estruturação espácio-temporal, melhoria das possibilidades de adaptação ao mundo exterior, estruturação das percepções, entre outras.
A educação psicomotora é essencial na vertente preventiva do desenvolvimento psicomotor das crianças.
A criança apenas será capaz de desenvolver as suas capacidades de análise, síntese, abstracção e simbolização quando tiver um conhecimento e controlo das suas capacidades corporais.
A psicomotricidade pretende proporcionar ao aluno algumas condições mínimas necessárias a um bom desempenho escolar, utilizando o movimento para atingir outras aquisições mais elaboradas como as intelectuais/cognitivas.
A participação lúdica facilita a aquisição de noções simbólicas fundamentais para a aprendizagem escolar. A satisfação inerente à experiencia motora contribui de forma positiva para o sentimento de competência. Os movimentos globais e finos são uma modalidade multissensorial de aprendizagem, através da motricidade promove-se o pensamento criativo. Assim e para concluir, a Psicomotricidade pretende modificar as funções cognitivas através do movimento! O vídeo que a seguir apresento explica de forma simples a importância da Psicomotricidade na intervenção das Dificuldades de Aprendizagem!

domingo, 8 de maio de 2011

Filme “Taare Zameen Par”

O Filme Taare Zameen Par-Every Child is Special (Como Estrelas Na Terra-Toda a Criança é Especial) é um filme de origem indiana, que conta a história de Ishaan, um menino que tem dislexia, mas que todos pensam que não quer aprender. Ishaan Awasthi, de 9 anos, já repetiu uma vez o terceiro período (no sistema educacional indiano) e corre o risco de repetir de novo. As letras dançam na sua frente, como ele próprio diz, e não consegue acompanhar as aulas nem focar sua atenção. O seu pai acredita apenas na hipótese de falta de disciplina e trata Ishaan com muita rigidez e falta de sensibilidade. Após serem chamados à escola para falar com a directora, o pai de Ishaan decide levá-lo para um colégio interno, sem que a mãe possa dar opinião alguma. Tal atitude só faz regredir em Ishaan a vontade de aprender e de ser uma criança. Ele vai-se tornando um menino cada vez mais triste e entra em depressão, sentindo falta da mãe, do irmão mais velho, da vida… e a filosofia do colégio é a de disciplinar cavalos selvagens, o que não ajuda em nada Ishaan. Inesperadamente, um professor substituto de artes entra em cena e logo percebe que está a acontecer algo de errado com Ishaan. Rapidamente o diagnóstico de dislexia torna-se evidente para ele, o que o leva a por em prática um ambicioso plano de resgatar a criança que havia perdido a sua réstia de esperança e vontade de viver.
É um filme excelente que nos ajuda a perceber um pouco melhor o que é a Dislexia e os obstáculos com que se deparam as crianças disléxicas na escola, sobretudo se forem incompreendidas quer pelos professores quer pelos próprios pais. Aqui fica o trailer do filme, espero que gostem, tanto como eu gostei e que desperte a vossa curiosidade…

Disléxicos Famosos

Deixo-vos agora alguns testemunhos de personalidades famosas que ao longo das suas vidas lutaram contra a Dislexia e conseguiram ultrapassar as suas dificuldades, tornando-se actores, nadadores, cientistas, pintores ilustres. Através do seu esforço, dedicação, persistência eles são um exemplo para todos nós, mas sobretudo para as crianças que têm dislexia. Para os pais e profissionais que trabalham com crianças disléxicas é importante motivar e encorajar as crianças, utilizando estes exemplos, pois tal como disléxicos famosos também os seus filhos poderão vencer todos os obstáculos com que se deparam.  
Toyah Willcox
A disléxica Toyah Willcox, cantora e actriz britânica, relata a sua experiência: Em criança, tinha a perfeita noção de que não “me encaixava”. Continuei a sentir o mesmo em adulta. Não conseguia soletrar, a leitura era extremamente difícil para mim e era péssima a aprender qualquer coisa nova. Na escola os professores colocavam-me de lado porque era lenta na leitura, na escrita e na matemática. Nas conversas eu lutava para organizar os meus pensamentos.

Assim, tornei-me agressiva (“bully”), aquele tipo de aluno com comportamentos disruptivos que apenas gastava o dinheiro dos pais na escola privada. Não conseguia ler um livro – era um emaranhado de linhas. Os meus pais não sabiam que era disléxica, apenas pensavam que era preguiçosa.
Naquela altura não se falava acerca de dislexia. Agora apercebo-me que muitas pessoas brilhantes sempre lutaram com estes problemas ao longo da sua vida, sem saberem o que realmente os causava.
Com o tempo desenvolvi estratégias, inventando formas próprias de soletrar e ler, nomeadamente decorando frases para entrevistas e audições.
Eu sou disléxica e tenho de ter ajuda especial para soletrar e ler, mas acredito que qualquer pessoa pode fazer aquilo que quiser, se tiver força de vontade e auto-estima.

Carol Greider
A disléxica Carol Greider é uma bióloga molecular que, juntamente com outros dois cientistas, arrecadou o prémio Nobel da medicina em 2009, pelas suas pesquisas relacionadas com a protecção dos cromossomas através do telómero.
Conheça um pouco mais desta brilhante cientista com dislexia numa entrevista realizada pelo New York Times:
New York Times: Sempre quis ser bióloga?
Carol Greider: Os meus pais eram cientistas, mas eu não era o tipo de criança que frequentasse feiras de ciência. Eu sou disléxica e tive muitos problemas na escola onde era colocada em classes especiais. Eu pensava que era estúpida.
New York Times: Isso deve tê-la magoado…
Carol Greider: Claro que sim. Foi difícil ultrapassar isso. Pensei continuamente em formas de compensar, aprendi a memorizar as coisas muito bem, simplesmente porque não conseguia soletrar. Assim, quando tive química e anatomia, onde tinha de memorizar muitas coisas, apercebi-me que era muito boa nisso.
Nunca planeei uma carreira, tinha muitos obstáculos e por isso apenas continuei em frente. Eu gostava de biologia no secundário, porque adorava fazer experiências, divertia-me imenso. Percebi que este tipo de problema/resolução encaixava no meu estilo intelectual.

Duncan Goodhew
O disléxico Duncan Alexander Goodhew é um nadador britânico, vencedor de duas medalhas dos Jogos Olímpicos: medalha de ouro nos 100 metros peito em Moscovo em 1980 e medalha de bronze nos 4X100 metros em Medley. Duncan era suficentemente inteligente para estar com crianças dois anos mais velhas do que ele, mas tinha aulas com crianças dois anos mais novas. Algo errado acontecia quando ele tentava ler, mas nenhum dos professores sabia explicar a razão. Duncan afirma: “ a Dislexia é como se alguém esmurrasse a nossa auto-estima. Antes de perceberem que eu tinha dislexia, estar na escola era como se estivesse num trabalho para o qual não tinha qualificações ou competências. Todos os dias ficava a olhar para o espaço, a tentar sobreviver à experiência.”

Patrick Dempsey
O disléxico Patrick Dempsey é um actor conhecido da série Anatomia de Grey, diagnosticado como disléxico aos 12 anos de idade. “Fez-me o que sou hoje. Deu-me a perspectiva que tenho de continuar a trabalhar, nunca desistir.”
Este actor afirma que, actualmente luta com a leitura dos guiões e com a memorização das falas: “acho que nas alturas em que me sinto mais inseguro… é muito difícil para mim ler o que está na página. Preciso de memorizar para poder ir em frente.”
Patrick Dempsey contratou um treinador privado para o ajudar com a sua dificuldade de aprendizagem: “Se não conseguia ler uma fala, alguém lia para mim. Depois disto era sempre em frente. Eu luto com a ansiedade cada vez que me sento para ler um texto.”
O actor admite que ajudar a sua filha a ler tem sido terapêutico: “Voltei atrás e aprendo a ler num nível muito básico.”
Este actor desenvolveu a perseverança como resultado da sua experiência com a dislexia: “ Eu nunca desisto!”

Orlando Bloom
O disléxico Orlando Bloom  é um actor famoso. Ele acredita que a dislexia, diagnosticada  na infância, foi a chave para o sucesso que tem hoje. Isto porque Orlando Bloom não era muito bom nos trabalhos escolares, mas era excelente nas artes.
“Por causa da dislexia, sempre tive que trabalhar duas vezes mais para chegar ao mesmo lugar que outra pessoa”. A Dislexia não está relacionada com falta de inteligência, mas com falta de acesso.

O disléxico tem toda a informação que precisa, mas tem dificuldade em processá-la.”
“E agora, sempre que vou a um encontro de negócios, estou  super preparado. Para os testes de ‘O Senhor dos Anéis’,  preparei-me muito. De certa forma, sou grato à dislexia, pois deu-me orientação”, concluiu.

Existem muitos outros disléxicos que se destacaram por desempenharem de forma brilhante as suas actividades, na literatura, no cinema, no desporto, na ciência, na escultura, na pintura, na política e em outros campos. Esses disléxicos famosos incluem Pablo Picasso, Albert Einstein, Alexander Beel, Charles Darwin, Agatha Christie, Walt Disney, Robin Williams, Van Gogh, Tom Cruise, Thomas Edison, Winston Churchill, Oliver Reed, Leonardo Da Vinci e Ben Johnson.