sábado, 14 de maio de 2011

Diagnóstico da Dislexia


Quando os pais ou professores verificam a existência de alguns dos sinais de alerta já expostos anteriormente devem procurar ajuda profissional para que a criança seja avaliada. Para um correcto diagnóstico de uma perturbação da leitura é indispensável recorrer à avaliação com profissionais experientes neste domínio, tais como como fonoaudiólogos, pediatras, psicomotricistas, terapeutas da fala, neurologistas, psicólogos e psicopedagogos.
Deve-se verificar se na história familiar existem casos de dislexia ou de dificuldades de aprendizagem e se na história desenvolvimental da criança ocorreu alguma problemática não normativa que esteja a justificar tais dificuldades.
A dislexia resulta de alterações neurológicas na forma como o cérebro processa a informação linguística e que se manifesta por alterações no domínio do processamento fonológico e noutras alterações psicolinguísticas que conduz a um conjunto de alterações na leitura e escrita.
O diagnóstico da dislexia é feito com base na história familiar e clínica, em testes psicométricos, em testes de consciência fonológica, de linguagem, de leitura e da ortografia.
A realização de exames médicos, como a Ressonância Magnética Nuclear funcional, pode também indiciar a existência de disfunções cerebrais ao nível do processamento da informação. Actualmente estes exames ainda não são utilizados como meio de diagnóstico.
Se existe suspeita da existência de défices fonológicos e ou de dificuldades de leitura e escrita, deve ser realizada uma avaliação. É importante avaliar para diagnosticar, para delinear as dificuldades específicas, as áreas fortes e para intervir.
Não existe um teste único que possa ser usado para avaliar a dislexia, devendo ser realizados testes que avaliem as competências fonológicas, a percepção, a linguagem compreensiva e expressiva (a nível oral e escrito), o funcionamento intelectual, o processamento cognitivo, a motricidade, o desenvolvimento emocional e as aquisições escolares. Os modelos de avaliação que se revelam mais eficientes são os que conduzem directamente à implementação de estratégias de intervenção que tenham em conta os dados obtidos na avaliação.
Segundo vário autores, não se pode falar de dislexia (não se pode fazer um diagnóstico definitivo) antes dos 7 anos, ou para ser mais rigoroso, antes de pelo menos um a dois anos de aprendizagem escolar, pois anteriormente a esta idade erros similares são banais pela sua frequência. O diagnóstico pode ainda ser efectuado de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais (DSM-IV).

Critérios de Diagnóstico de Perturbação da Leitura segundo o DSM-IV
 
A. O rendimento na leitura, medido através de provas normalizadas de exactidão ou compreensão da leitura, aplicadas individualmente, situa-se substancialmente abaixo do nível esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria para a sua idade.
 
B. A perturbação do critério A interfere significativamente com o rendimento escolar ou actividade da vida quotidiana que requerem aptidões de leitura.
 
C. Se estiver presente um défice sensorial, as dificuldades de leitura são excessivas em relação às que lhe estariam habitualmente associadas.

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